19 de julho de 2016

Jesuítas cobram das autoridades medidas sobre "processo de genocídio" contra os Guarani e Kaiowá

"Solicitamos das autoridades, diante desta situação inadmissível de extrema violência e impunidade, medidas urgentes de proteção do povo Guarani Kaiowá, a prisão dos criminosos e a retomada imediata da demarcação das terras indígenas" .


Foto _ Cimi
 
Assessoria de Comunicação - Cimi

Religiosos da ordem Jesuíta, reunidos no último final de semana em Manaus (AM), emitiram uma nota em solidariedade ao povo Guarani e Kaiowá. Os jesuítas repudiam a violência sofrida pelos indígenas no Mato Grosso do Sul dentro do que chamam de um verdadeiro processo de genocídio.

À ordem Jesuíta pertence o Papa Francisco, que no Vaticano, depois de receber o presidente do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), o arcebispo de Porto Velho (RO) dom Roque Paloschi (na foto), declarou o mês de julho destinado a orações aos povos indígenas do Brasil.

Leia a nota na íntegra:

Nota de solidariedade ao povo Guarani Kaiowá, contra violência e de apoio à recuperação de suas terras tradicionais

Nós religiosos e leigos/as reunidos/as na II Assembleia da Plataforma Apostólica Amazônia dos Jesuítas, nos dias 15 e 16 de julho de 2016, na Casa de Retiro Vicente Cañas, em Manaus/AM, manifestamos nossa solidariedade e total apoio ao povo Guarani – Kaiowá, no Mato Grosso do Sul, a sua luta justa, legitima e vital pela recuperação de suas terras tradicionais.

Repudiamos a violência contínua, uma guerra não declarada, contra este povo indígena, que vem sendo atacado sistematicamente, num verdadeiro processo de genocídio, silenciado pelos grandes meios de comunicação, com os agressores a serviço do latifúndio, agindo livremente e em total impunidade.

Solicitamos das autoridades, diante desta situação inadmissível de extrema violência e impunidade, medidas urgentes de proteção do povo Guarani Kaiowá, a prisão dos criminosos e a retomada imediata da demarcação das terras indígenas.

Agradecemos aos povos indígenas que com a sua resistência, luta pela demarcação e proteção de seus territórios e sua forma de interagir com a natureza trazem uma contribuição significativa para o futuro de todos os povos e da vida no planeta.

“É indispensável prestar uma atenção especial às comunidades indígenas com suas tradições culturais... Para eles a terra não é um bem econômico, mas um dom gratuito de Deus e dos antepassados que nela descansam... Eles quando permanecem nos seus territórios, são quem melhor os cuida”. (Papa Francisco, Laudato Si, 146)

Manaus 16 de julho de 2016.


II Assembleia da Plataforma Apostólica Amazônia dos Jesuítas

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