6 de abril de 2016

Conselho do Povo Terena diz Não à Educação Mal Educada em Escola da Aldeia Bananal, em Aquidauana (MS)

Líderes solicitaram intervenção do Ministério Público Federal (MPF) para destituição do diretor Mauro Oliveira de Jesus que, segundo consta em denúncia protocolada no órgão, chama alunos de "bêbados" e desrespeita até o direito à maternidade, chegando ao ponto de dizer que as mulheres indígenas só sabem fazer filhos, dentre outros despautérios. Além de um manifesto, ele já quase foi linchado pela comunidade.
Foto Ilustração _ Reproduzida do site Portal Central Brasil




Por Tereza Amaral


O "Quadro e negro" na escola  Escola  Estadual Domingos Veríssimo Marcos "Mihin" é a mão que escreve - e pensar que nos tempos atuais - a palavra imposição do diretor Mauro Oliveira de Jesus que está prejudicando os alunos. As aulas estão sendo ministradas por professores voluntários sem constar, no entanto, no calendário escolar da Secretaria de Educação do Mato Grosso do Sul.

Pela terceira vez, e vale ressaltar que em meio a eleições de troca de caciques, o diretor insiste em desrespeitar a cultura e quer impor a sua presença na escola contra a vontade de todos, inclusive do atual chefe indígena da aldeia, cacique Célio Fialho.

Falta de Direção

Como um carro desgovernado, o professor-diretor vem atropelando os direitos indígenas desde 2014, ocasião em que se dirigiu ao local na condição de gestor. A partir de então, uma sucessão de atritos com a comunidade. As ingerências vão mais além do que já foi mencionado acima nesta matéria. 

Ele chama os indígenas de "preguiçosos ", numa referência ao programa de segurança alimentar do estado (distribuição de cestas básicas ), inventou - a palavra é esta - uma  Banda de Fanfarra com ensaios em hora de aula (imaginem o barulho), criando, com isso, atritos com professores que sugeriram que os ensaios fossem realizados em horários que não "atrapalhassem as aulas".

Por ocasião da nova lei de eleições nas escolas indígenas, no ano passado, a situação se agravou. A arrogância e prepotência chegou ao ponto do mesmo  adotar prática de perseguição, tendo não somente ameaçado, mas demitindo os professores indígenas Cezar Rodrigues e Ledilson Cândido e o secretário Arci Machado Mosqueira. O motivo, conforme consta na denúncia , foi "pelo simples fato de ele achar que os mesmos não o apoiariam na sua eleição ".

Eleição que coincidiu com a da aldeia - troca de caciques - onde, arbitrariamente, não somente se envolveu, mas fez campanha na escola numa vã tentativa de influenciar os alunos na escolha do novo chefe indígena . Já no seu processo de reeleição, em dezembro de 2015, usou e abusou de 'autoridade' numa sucessão de desrespeitos.

Ele conseguiu destituir duas presidentes de mesa numa eleição em que era candidato único, exigindo da segunda que orientasse aos pais e alunos a não votarem em branco. Por último escolheu uma aluna para presidir e deu seguimento sem acompanhamento de ninguém, tendo ele mesmo feito a contagem de votos.

Destituído

Em janeiro deste ano, o Conselho Tribal o destituiu e após uma ampla reunião que contou, inclusive, com a sua presença, de representantes do Sinted e do governo do estado lhe foi dada mais uma oportunidade, tendo sido retirada após o diretor  dizer numa Rede Social que "por culpa do cacique não iniciaria as aulas", o que evidencia posicionamentos absurdamente de cunho político sem pensar no alunado.

Além das aulas voluntárias na escola, só existe merenda para os turnos da manhã e tarde e alunos da "Retomada Esperança" estão sem transporte escolar para o acesso aquela escola.

Enquanto a Secretaria Estadual de Educação - leia Governo do Estado - não toma nenhuma providência, por unanimidade, o Conselho Tribal decidiu pelo nome do professor Lindinalvo João da Costa para assumir a direção da escola, conforme consta em relatório anexado ao pedido de intervenção encaminhado ao MPF. Educação é libertário e o que a comunidade aguarda é respeito e posicionamento do governador Reinaldo Azambuja.

NOTA: Este Blog, em manutenção, teve acesso ao pedido de intevenção encaminhado ao MPF contendo oito páginas.

2 comentários:

  1. Os índios do Brasil tem que respeitados em seus costumes, valores e culturas.
    Os costumes do branco, precisam ser questionados porque também tem falhas (por exemplo: destroi a natureza e prejudica a vida de todos os seres).

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