28 de outubro de 2015

Índios do Brasil pedem boicote da agricultura "manchado de sangue indígena"

Des Indiens du Brésil appellent au boycott de l'agriculture "tachée de sang indigène"


Rio de Janeiro (AFP) - Un sac de soja dans une mare de sang, une barquette de viande révélant le visage d'un vieil Amérindien... Des peuples indigènes de l'ouest du Brésil appellent au boycott international des produits agricoles de leur région, marquée par un conflit meurtrier avec les exploitants agricoles.
"Les Etats-Unis, l'Asie et l'Europe doivent savoir qu'une partie du soja, de la viande et du sucre de canne qui leur parvient est tachée du sang des enfants indigènes. Continuer à les consommer, c'est entraîner plus de crimes contre nos peuples", a assuré à l'AFP Lindomar Terena, coordinateur de l'Articulation des peuples indigènes du Brésil (Apib).
L'appel au boycott, lancé il y a quelques jours, provient de six peuples indigènes, appuyés par des dizaines de mouvements sociaux, syndicaux et de l'église brésilienne ainsi qu'Amnesty International.
Les Amérindiens demandent aux acheteurs étrangers de cesser d'acquérir, via des géants brésiliens comme JBS, Marfrig, Bunge ou encore ADM, des produits agricoles du Mato Grosso do Sul.
Contactées par l'AFP, ces entreprises ne s'étaient pas exprimées à la conclusion de cet article.
- 41 assassinats d'indigènes en 2014 -
Cette région, à la frontière avec le Paraguay, est le théâtre d'un conflit meurtrier entre les Indiens, notamment Guaranis, et les agriculteurs. Certains pâturages et plantations sont reconnus comme terres indigènes mais la justice tarde à y réintégrer les tribus.
Condamnés à vivre au bord des routes ou dans des bidonvilles, certains Amérindiens réoccupent des territoires, ce qui fait monter la tension.
Plus de 40 assassinats d'indigènes ont eu lieu dans le Mato Grosso do Sul en 2014 d'après les chiffres de l'ONG CIMI, qui dénonce un "génocide". Le dernier meurtre en date, celui d'un jeune leader guarani, remonte à fin août. Le taux de suicide dans cette population est par ailleurs l'un des plus élevés au monde, d'après l'ONG Survival International: 232 pour 100.000 en 2013.
L'appel au boycott international inquiète les fermiers de la région, dont toute la richesse repose sur la vente de denrées agricoles, notamment à l'étranger. "C'est une initiative totalement grotesque. Les Indiens se font manipuler dans le but de fragiliser notre économie", a dénoncé auprès de l'AFP Mara Caseiro, députée locale et fille d'agriculteurs.
"Il n'y a pas d'hommes de main envoyés par les exploitants, il n'y a pas d'attaques contre les communautés indigènes. Il y a des entrées illégales sur des propriétés privées, ce qui crée des conflits", a-t-elle ajouté.
- "Toucher au portefeuille" -
Le chef Elpidio Guarani a décidé en août, avec d'autres habitants, de réoccuper une portion de ferme. Le jugement sur le statut de cette terre était suspendu depuis 2013.
"Vous voyez cette marque ? Une balle m'a traversé la hanche lors d'une attaque, en septembre. Je sais que le commanditaire était un exploitant de la région", racontait-il début octobre dans une université de Rio de Janeiro, pour rallier des soutiens à sa cause.
D'autres porte-parole indigènes sont allés relayer l'appel au boycott enAllemagne et en France ou encore auprès de l'OEA (Organisation des Etats américains), à Washington.
"Nous comptons sur l'opinion internationale, car ici le gouvernement n'a pas la moindre volonté d'en finir avec cette incertitude juridique sur les terres indigènes", expose Lindomar Terena.
"Toute tentative de dialogue avec l'agrobusiness échoue, la seule solution est de le toucher au portefeuille", complète Edmilson Schinelo, du CEBI (Centre d'études bibliques), l'un des articulateurs de la campagne au Brésil.
L'Etat du Mato Grosso do Sul est un important producteur de soja, de maïs, de canne et de viande. Il exporte principalement vers la Chine, l'Italie, l'Argentine et les Pays-Bas.

Traduzido

Rio de Janeiro (AFP) - Um saco de soja em uma poça de sangue, uma bandeja de carne revelando o rosto de um velho ... Os povos nativos no oeste do Brasil apelam para um boicote internacional dos seus produtos agrícolas na região, marcada por conflitos sangrentos com os agricultores.

"Os Estados Unidos, Ásia e Europa devem saber que uma porção de soja, carne e cana de açúcar que vem a eles está manchado com o sangue de crianças indígenas. Continuar a consumir é causar mais crimes contra nosso povo ", disse à AFP Lindomar Terena, coordenador da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB).

Lindomar Terena (E) com Elizeu Guarani-Kaiowa na Casa Branca
Foto _ Pela CPI do Genocídio 

O boicote, lançado há poucos dias, envolve seis povos indígenas, apoiado por dezenas de movimentos sociais, sindicatos e da Igreja brasileira e Anistia Internacional.

Os nativos apelam para que compradores estrangeiros parem com a aquisição, via gigantes brasileiros como JBS, Marfrig, Bunge ou ADM, de todos produtos agrícolas de Mato Grosso do Sul.

Contactado pela AFP, estas empresas não se manifestaram ate a conclusão deste artigo.

- 41 assassinatos indígenas em 2014 -

Esta região na fronteira com o Paraguai é o cenário de um conflito sangrento entre os índios, especialmente o Guarani, e produtores. Alguns pastos e plantações são reconhecidos como terras indígenas, mas a justiça é lenta para reintegrar as tribos.

Condenados a viver na beira da estrada ou em favelas, alguns índios reocupam territórios, o que aumentou a tensão.

Mais de 40 assassinatos indígenas ocorreram em Mato Grosso do Sul em 2014, de acordo com dados do CIMI ONG, denunciando um "genocídio". O último assassinato até à data, a de um jovem líder Guarani, foi no final de agosto. A taxa de suicídio nessa população é também uma das mais altas do mundo, de acordo com a ONG Survival International: 232 por 100 mil em 2013.

A chamada para um boicote internacional preocupa os produtores da região, incluindo toda a riqueza que é baseada na venda de commodities agrícolas, especialmente no exterior. "É uma iniciativa totalmente grotesca. Os índios estão sendo manipulados a fim de enfraquecer a nossa economia", denunciou à AFP Mara Caseiro, deputada local e filha de produtores.

"Não há capangas enviados pelos operadores, não há ataques contra as comunidades indígenas. A entrada ilegal em propriedade privada gera o  conflito", acrescentou.

- "Tocando o portfólio" -

O líder Elpidio Guarani decidiu em agosto, com outros moradores, reocupar uma parte da fazenda. O julgamento sobre o estado desta terra foi suspensa desde 2013.

"Você vê esta marca? A bala atravessou o quadril durante um ataque em setembro. Eu sei quem fez e da região", disse no início de outubro em uma universidade no Rio de Janeiro, para reagrupar o apoio para sua causa.

Outro porta-voz nativo foi retransmitir o apelo ao boicote na Alemanha, França e a OEA (Organização dos Estados Americanos) em Washington.

"Contamos com a opinião internacional, porque aqui o governo não tem a menor vontade de acabar com essa insegurança jurídica na terra natal", explica Lindomar Terena.

"Qualquer tentativa de diálogo com o agronegócio falha, a única solução é bater o portfólio", Edmilson Schinelo completa, do CEBI (Centro de Estudos Bíblicos), um dos articuladores da campanha no Brasil.

O estado de Mato Grosso do Sul é um grande produtor de soja, milho, cana e carne. Ele exporta principalmente para a China, Itália, Argentina e Holanda soja, milho, cana e carne. 

NOTA

Este Blog usou o Google Tradutor.

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