1 de setembro de 2014

Policiais apreendem armas e drogas em fazenda e proprietário será indiciado por formação de milícia em MS

Indígenas do povo Terena, da Terra Indígena Buriti, em Mato Grosso do Sul, estão apreensivos depois que uma operação da Polícia Militar encontrou armas e drogas com jagunços da fazenda Água Clara, que fica dentro da TI.
Foto _ Cimi
“Aqui ficamos muito próximos deles, e agora a polícia descobre esse monte de arma... Dá medo, a gente sabe que têm muita raiva do nosso povo e querem nos tirar da nossa terra de um jeito ou de outro”, diz o cacique Ageu Reginaldo, da aldeia Água Azul, que faz divisa com a fazenda Água Clara.
Na última quarta-feira (27), os policiais do Batalhão de Choque, durante vistoria determinada pela Justiça, apreenderam quatro jagunços contratados pelo proprietário da fazenda. Com eles, os militares descobriram 600 gramas de maconha, três espingardas calibre 32 e um revólver calibre 38. 
Dois dos funcionários são menores de idade. Um deles, de 14 anos, estava com um revólver calibre 38. Os outros dois foram identificados como Olívio Franco e Idiomar Natalício dos Santos. Eles permanecem presos e serão indiciados por tráfico de drogas, porte ilegal de arma e formação de milícia, acusação que o fazendeiro também deverá responder.
“Prestamos depoimento na delegacia de Policia Civil de Sidrolândia hoje de manhã porque nessa região também existem outros grupos de pessoas armadas. Sabemos que alguns desses estão na fazenda Urna da Estrela, São Sebastião e na fazenda Vassoura, todas aqui perto. Sempre estão atirando pra provocar terror no nosso povo”, conta o cacique Ageu.
Os Terena aguardam há mais de um ano uma resolução do processo de compra de todas as propriedades incidentes sobre a TI Buriti. Ainda não há sinalizações de nova negociação entre Governo e fazendeiros para compra dos 15 mil hectares.

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