14 de abril de 2014

GUARANI-KAIOWÁ


 "A terra que a gente tá pedindo é sagrada, aonde viveram e estão enterrados os nossos ancestrais. A gente não tá pedindo o MS inteiro, a gente tá pedindo aquela terra que é nossa".

Por Tereza Amaral
com Flávio Bittencourt e
Gian Marco Longato (Força e Coragem)


Fonte: BRASIL DE FATO*

A liderança Guarani-Ládio Veron fez graves denúncias de violações de direitos humanos contra o seu povo durante debate realizado na USP, no último dia 7.
E criticou duramente o projeto desenvolvimentista do governo Dilma com estradas, hidrelétricas, fazendas e usinas, estas últimas passam com o modelo 'tratorista' que vem sendo combatido no Mato Grosso do Sul com a Resistência.
Trata-se da retomada dos territórios indígenas. "A terra que a gente tá pedindo é sagrada, aonde viveram e estão enterrados os nossos ancestrais. A gente não tá pedindo o MS inteiro, a gente tá pedindo aquela terra que é nossa".

Violações

Em apenas oito anos (2003 a 2012) 285 lideranças foram assassinadas nas TIs Amambai, Caarapó, Yvy Katu e Aldeia Limão Verde naquele estado.

A TI Dourados registra o maior índice de violência contra a pessoa fora da Amazônia Legal (Dados ISA). No período de 2010 a 2014 foram contabilizados 65 casos, tendo sido 22 homicídios, 15 tentativas de homicídios, seis de violência sexual e 14 agressões físicas.


Racismo

O chefe indígena disse que o preconceito no município de Dourados chega ao ponto de interferir nas tradições. Não se pode andar de cocar, com grafismo facial e nem mesmo com simples adereços como colares. E o que é pior: proibida a entrada em restaurantes onde há plaquetas arredondadas com letreiro ‘proibida a entrada de indígenas’.

Crime contra liderança em Hospital

A ofensiva é ainda maior contra as lideranças. O cacique afirmou não ser seguro sequer ir ao hospital quando adoece. E exemplificou Adélio, da aldeia Pyelito Kue, no qual "aplicaram injeção porque ele tava com febre, mas não era injeção, era veneno”.

Agronegócio

Desde 2007, quando o então presidente americano George Bush fechou acordo com o governo Lula estimulando o setor de biocombustíveis - dentre eles o etanol - as usinas alavancaram. São 34 usinas de cana de açúcar em todo o Mato Grosso do Sul. Desse total, 15 estão em cima de tekohas (territórios indígenas).
Na matéria de Laysa Elias Diniz , publicada em Brasil de Fato, Ládio Veron disse que "'por mais de dez vezes Dilma recusou a receber as lideranças. Mas o agronegócio… Ela abre com a mão cheia. Pra vender as nossas terras e do Brasil, é rápido. Pra colocar empreendimento em cima da nossa terra é rápido. Acho que tem que mudar. Chega de nos oprimir”.

Exploração de Mão de Obra e Mutilação


Os indígenas ainda foram explorados como mão de obra nos canaviais. Antes da chegada das máquinas de cortar cana 40 ônibus lotados os levava aos canaviais, começando às seis da manhã até até cinco da tarde.

Quando estava na Universidade (História), a liderança estudou o número de machetadas realizadas pelos trabalhadores durante o dia. Com uma equipe, foi colocado um sensor em um instrumento de trabalho, tendo sido contabilizadas 25 mil machetadas feitas por um indígena no primeiro dia de 'trabalho'.
Em um outro trabalhador já com tempo no 'serviço' foram constatadas 12 mil machetadas/dia. A tendência era cair de 25 mim para sete mil machetadas no prazo de uma semana.

“Aí a usina aplica esse soro e volta toda a energia. Mas quando passa de 25 anos, vai pra 30 anos de idade, não presta mais. O braço, os nervos ficam que nem osso, duros, o soro faz isso. Tem índio lá que não consegue mover o braço. Pra ficar assim demora mais ou menos quatro ou cinco anos. A usina não dá o suporte depois. É uma mão explorada, até a última”, denunciou conforme consta na matéria.

Agrotóxicos

O uso de agrotóxicos para combate de pragas e crescimento da cana é outro grave problema, uma vez que frequentemente é depositado nos rios perto das aldeias pelo próprio solo contaminado ou pelos aviões que pulverizam as plantações. O veneno que contamina as águas adoece a população, além de matar o pescado e a vegetação das proximidades.ASSINE PETIÇÃO AQUI!



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Um comentário:

  1. Assinar a Petição: Secretaria Nacional dos Povos Indígenas. O Índio não tem o poder da negociação. Só a FUNAI é o Estado. É preciso de uma de Interface com um Índio na sua própria Gestão da Secretaria. A Constituição os contempla, “mas” faltam as Emendas Constitucionais. Infelizmente no Brasil, a nossa história se repete, nunca se esqueça de que levaram 513 anos de enganação Jurídica. Infelizmente, o genocídio cultural continua acontecendo... O Congresso Nacional não há índios os representa, não tem Senadores, Deputados, Juízes, Prefeitos, Presidente. O Governo do Estado não consideram índio como cidadão. Eles são uma espécie de "Dalit", um povo intocável. http://lnkd.in/bwvqDi8

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