24 de fevereiro de 2014

Touro Sentado e Guarani-Kaiowá: A contínua luta pela terra indígena em nome do 'progresso'



 “Eu não vou. Faça comigo o que quiser. Eu não 

vou. Vamos! Vamos! Tome uma atitude! Vamos!”


Imagem Google
Por Tereza Amaral com
Flávio Bittencourt


Uma das mais belas e ousadas 'quebra de protocolo' do Oscar foi protagonizada pelo insubstituível  Marlon Brando, de O Poderoso Chefão. Quem não lembra quando uma atriz vestida de indígena subiu ao palco para  - como forma de protesto contra o tratamento dispensado aos índios pela indústria cinematográfica -  fazer um discurso e recusar o prêmio de Melhor Ator? (Ver AQUI!)

O mesmo tratamento continua quatro décadas depois. Só que pela mídia brasileira em relação aos povos originários do país. A analogia, numa perspctiva micro, é apenas para lembrar que o motivo é o mesmo: Nos Estados Unidos o massacre foi pelas terras, mas o índio mau era 'comercializado' ao mundo pelo cinema. Já aqui, indígena ganha espaço em casos envolvendo possíveis assassinatos (Tenharim), estupro (Paulinho Payakan) ou quando invadem Brasília em defesa dos seus legítimos direitos.

Se formos para o caminho das letras, o livro  'Enterrem meu Coração no Rio, de Dee Brown, faz um trajeto esclarecedor que começou, ainda criança, quando o autor assistia a filmes com o seu primeiro amigo: um indígena. Eles viam filmes que distorciam a história, retratando a luta do branco herói contra o índio selvagem que  praticava o escalpo e impedia a expansão americana. 

Nos 'The End', o amigo sempre aplaudia a vitória do branco, o que o fez indagar e o amiguinho respondeu: "Não são índios de verdade.” Foi quando entendeu que em filmes, livros e até desenhos eles não passavam de caricaturas estereotipadas, lutando para  manter o seu direito à vida nas terras dos antepassados que lhes pertecia.

Formando pela Universidade de Washington trabalhou, na Depressão, como bibliotecário do Departamento de Agricultura. E  enveredou pelo caminho de pesquisador.  Enterrem meu coração na curva do rio tem registros oficiais de conselhos, tratados e até entrevistas de índios. Ele analisa os maiores mitos do velho oeste – de 1860 a 1890 - época em que a história americana escondia massacres, como o de Little Big Horn, quando morreu o sanguinário General Custer  eternizado como  bravo comandante.


Agência Brasil

Guarani-Kaiowá


Muitos devem estar se perguntando o que isso tem a ver com a realidade brasileira. Tudo! 

No Mato Grosso do Sul, por exemplo, os Kaiowá são  chamados de 'bugres' (parece não ser “verdadeiro índio” e se passa por índio para se beneficiar das “vantagens” da tutela do Estado.
 Os Guarani e Kaiowá como “bugres”  dá realce a um campo de estereótipos possíveis associados ao índio “deteriorado”, aquele que, com a noção de bugre sugere, está ligado à ideia de pobreza, de imundície, de

Eles são  marginalizados pela propagação do agronegócio e omissão da mídia, afinal, os grande anunciantes são governos, agronegócio e empresários também aliados aos ruralistas. Ler ainda sobre assassinato do jovem Denilson Barbosa GuaraníKaiowá! http://migre.me/i1yMU.

 A massacrante história se repete bem aos nossos olhos...É preciso retirar as 'vendas'! 

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