14 de fevereiro de 2014

OAB e políticos repudiam declarações de Luis Carlos Heinze


Em vídeo que circula na internet, deputado do PP gaúcho se refere a índios, quilombolas e homossexuais como "tudo que não presta"


Jana Bublitz, Zer Horauli

As declarações do deputado federal Luis Carlos Heinze (PP), que se referiu a índios, quilombolas e homossexuais como "tudo que não presta", provocaram novas reações nesta quinta-feira.
A Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Assembleia, em parceria com a Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos Humanos da Câmara, marcou um debate público sobre o caso para a próxima segunda-feira.
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A polêmica teve início com a divulgação de um vídeo no YouTube, no qual Heinze aparece discursando contra a demarcação de terras indígenas em uma audiência pública em Vicente Dutra, no norte do Estado. No discurso, o parlamentar sugere a contratação de segurança privada para manter a posse das terras. Ele também critica o governo federal por "aninhar" as minorias e insulta gays, lésbicas, indígenas e quilombolas.
O teor da manifestação levou o presidente da comissão, deputado estadual Jeferson Fernandes (PT), a convocar a reunião, marcada para as 18h de segunda-feira, no Plenarinho da Assembleia. A intenção é ouvir entidades ligadas à defesa desses grupos e reforçar a luta contra o preconceito. Fernandes também decidiu encaminhar uma representação ao Ministério Público Federal (MPF) pedindo providências.
— É inadmissível o que aconteceu. Nem o deputado Marco Feliciano, reconhecido pela posição homofóbica, se expressou dessa forma — diz Fernandes.
A postura de Heinze em relação às minorias também levou a Ordem dos Advogados do Brasil no Estado a publicar uma nota de repúdio.
— Somos absolutamente contrários a qualquer forma de preconceito — destacou o presidente da entidade, Marcelo Bertoluci.
Em seu perfil no Facebook, Heinze voltou a se pronunciar sobre o episódio e a defender uma solução para "as desenfreadas demarcações de terras indígenas". Ele negou ter insultado o "ser humano, as suas crenças, cor ou opção sexual" e disse que jamais passou por sua cabeça "ofender qualquer pessoa".
Fez questão de esclarecer que não se referiu "a negros", aos quais diz ter total respeito, "mas a alguns movimentos quilombolas que não têm o apoio dos próprios negros", e destacou que suas palavras se dirigiram "aos movimentos que colocam em risco à segurança pública e à própria estabilidade do país".


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