3 de novembro de 2013

Vitória: Assassinos de líderes indígenas têm ordem de prisão no Mato Grosso do Sul

Por RBA
Segundo o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), esta é a primeira vez que haverá prisão de assassinos de lideranças indígenas do povo Guarani-Kaiowá
MARCELLO CASAL JR./ABR
guarani kaiowá
O coordenador do Cimi afirmou que os Guarani-Kaiowá esperam que a decisão da Justiça coiba novos ataques
São Paulo – O Tribunal Regional Federal da 3ª Região determinou a prisão de quatro dos 19 acusados de executar e planejar o assassinato do cacique Nísio Gomes Guarani-Kaiowá, em novembro de 2011, na cidade de Aral Moreira, Mato Grosso do Sul. Os réus são Cláudio Adelino Gali, Levi Palma, Aparecido Sanches e Idelfino Maganha e estão foragidos.
Para o coordenador do Conselho Indigenista Missionário (Cimii) no Mato Grosso do Sul, Flávio Vicente Machado, este é um momento importante para o povo Guarani Kaiowá por ser a primeira vez que um assassino de indígenas será preso. “Existe um quadro de impunidade histórica onde uma dezena de lideranças assassinadas ainda não tiveram seus assassinos julgados e presos. É a primeira vez que isso acontece, e é uma vitória do povo, no sentido de que justiça começa a ser feita”, disse à Rádio Brasil Atual.
Os réus ficaram preso de junho do ano passado até o início do ano, quando conseguiram habeas corpus e liberdade provisória. Na semana passada a Justiça determinou a prisão deles por homicídio qualificado, formação de quadrilha, corrupção de testemunha, porte de arma ilegal de fogo, e ocultação de cadáver.
O caso teve repercussão mundial, já que o cacique era uma grande liderança do povo Guarani. A investigação do crime contou com três delegados da Polícia Federal sob a coordenação do Ministério Público Federal em Ponta Porã. O coordenador do Cimi afirmou que, com a decisão da Justiça, a comunidade Guarani-Kaiowá espera que novos ataques sejam coibidos.
“Este é o primeiro caso de assassinato indígena que pesa em alguma resposta do Estado para apurar a morte destas lideranças. Uma vez que a Justiça entra neste ambiente ela acaba com o que chega a ser o senso comum de que matar indígena não tem problema, de que são animais que estão atrapalhando”, finalizou.

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