26 de agosto de 2013

Carta Aberta do Conselho do Povo Terena – Hanaiti Hó’unevo Terenoe

Hanaiti Hó’unevo Terenoe - Conselho do Povo Terena
Nós, lideranças Terena reunidas no dia 24 de agosto de 2013, na Aldeia Aldeinha – Anastácio/MS, juntamento com representante do Conselho da Aty Guasu Guarani Kaiowá, por ocasião da reunião convocada pelo Ministro da Justiça, no dia 27 de agosto em Brasília, viemos a público expor:
Já estamos cansados de reuniões para marcarem outras reuniões!
O Governo Federal estibulou prazo, que venceu no dia 5 de agosto. Exigimos imediatamente a apresentação do Cronograma de entrega de terras aos povos indígenas de Mato Grosso do Sul, com datas e prazos estibulados de cada Terra Indígena.
Nossos representantes irão para reunião no dia 27 de agosto de 2013, levando em mãos nossas decisões. Caso o Ministro da Justiça não apresente o Cronograma de Execução, os povos indígenas de Mato Grosso do Sul irão fazer valer os seus direitos!
O Povo Terena e o Povo Guarani Kaiowá já apresentaram suas prioridades, bem como indicaram os critérios que devem ser observados na resolução do conflito fundiário.
Mesmo com a proposta de acordo, não abriremos mão da declaração de nossos territórios como sendo Terra Tradicionalmente Ocupada.
O Povo Kadiwéu está sendo deixado de fora das negociações, sob argumento de que a questão é de resolução mais simples, no entanto, não há por parte do Governo Federal, empenho para resolver, por isso, retomaram seus territórios já homologados.
A terra do Povo Kadiwéu está homologada, entretanto, nada é feito para fazer a desintrusão dos invasores que lá estão.
Queremos que a Justiça seja célere, da mesma forma como é quando se trata de reintegração de posse contra a comunidade indígena.
Por fim, exigimos o empenho do Governo Fedetal no sentido de rejeitar as propostas no Congresso Nacional que vão contra nossos direitos históricamente conquistados, tais como, a PEC 215 e PLP 227. Da mesma forma, as 19 condicionantes discutidas pelo STF no caso Raposa Serra do Sol, não estão julgadas e nem transitadas em julgada, portanto a Portaria 303 da AGU não faz sentido, devendo ser revogada em definitivo.
Aldeia Aldeinha / MS, 24 de agosto de 2013.
Menina Terena _ Agência Brasil/Valter Campanato
Povo Terena,
Povo que se levanta!

* Texto reproduzido do Blog Combate ao Racismo Ambiental

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