27 de maio de 2013

'A Viajante' que não chega a Belo Monte

Aniversário na Rússia/Uol



Por Tereza Amaral


A presidente Dilma Rousseff viaja... do continente africano ao mundo árabe, da América Central a Rússia,enfim, viaja até sem querer como ocorreu com a sua ida a Itália. Ela havia decidido não participar da posse do Papa Francisco. Mas foi. E quem conseguiu a proeza foi o ex-seminarista, o ministro Gilberto Carvalho.

Mas quando o assunto são povos indígenas, a presidente  não 'decola'. Ela tem sido irredutível em pegar um avião e ir até a sua grande obra: Belo Monte. E ficamos todos assistindo a um governo que não governa a todos e sequer institui uma comissão formada por técnicos da Funai e  - por que não? - pelo ex-missionário Carvalho. 

Também é de se estranhar o silêncio do governador do Pará, Simão Jatene, que não move um dedo para intermediar o que está acontecendo no estado a que governa. Entre tanta omissão, guerreiros dispostos a não permitirem mais abusos, imposições, omissões e infrações constitucionais e de convenção internacional. Eles  enfrentam o governo com as armas que possuem: Dizer ao mundo que não aceitam a morte das bacias hidrográficas de suas terras.

O governo  está 'oco' diante de uma oca multiétnica - Arara, Kayapó , Munduruku, Xipaia e Tupinambá - que retomou mais uma vez o canteiro principal da usina . A indignação de movimentos sociais, entidades, missionários, ONGs , antropólogos e da população,  que ecoa seu grito nas redes sociais , é proporcional à polêmica hidrelétrica. E igualmente indigesta. Já passa da hora de Dilma conversar com as lideranças e que não ouse fazer de Belo Monte um segundo Eldorado de Carajás.

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